O Dia Mundial do Refugiado acontece todo dia 20 de junho. Neste ano de 2022, a Compassiva promoveu um fórum sobre refúgio, integração e empregabilidade de pessoas que foram obrigadas a deixar seus países de origem.
Uma pessoa refugiada é uma pessoa que foi forçada a deixar seu país para fugir de conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguições.
No final de 2021, 89,3 milhões de pessoas no mundo deixaram seus lares buscando um lugar seguro para viver, gerando um crescimento de 8% em relação a 2020¹. Mas devido a guerra na Ucrânia, ainda no primeiro semestre de 2022, o número de pessoas em deslocamento forçado ultrapassou 100 milhões de pessoas²!
A Compassiva nasceu em 2014, época em que muitos árabes vieram para o Brasil, devido à guerra da Síria. O que impulsionou a criação do programa LAR – Levando Ajuda ao Refugiado, com aulas de português, assistência social e jurídica, revalidação de diplomas de graduação e inserção no mercado de trabalho.
Um dos desafios para refugiados e migrantes no Brasil é o reconhecimento de seu diploma, para que consigam trabalhar em suas áreas de formação. Entretanto, no Brasil, o processo de revalidação é extremamente complexo, custoso e sem muita previsibilidade no tempo de resposta por parte das instituições avaliadoras.
Desde 2016, em parceria com o ACNUR e, 2021, em parceria com a OIM, a Compassiva pode contribuir para que mais de 200 pessoas em situação de refúgio e violações de direitos humanos tivessem seus diplomas reconhecidos no Brasil. Mas, deste total, estima-se que aproximadamente 10% apenas estejam empregados em sua área de formação.
Buscando conectar empresas à profissionais migrantes e em situação de refúgio, a Compassiva organizou o 1º Fórum Compassiva, que aconteceu no dia 23 de junho, pela manhã, na sede da organização.
André Leitão, diretor presidente da Compassiva, iniciou o evento discorrendo sobre alguns desafios quanto à integração da população em refúgio no Brasil. Posteriormente, uma mesa redonda com a participação de pessoas que tiveram seus diplomas revalidados, por meio do projeto da Compassiva, foi mediada por Matheus Nakamura, coordenador do programa LAR.
A abertura da mesa ocorreu com a participação em vídeo de Maria Eugenia Sosa, venezuelana e farmacêutica, que reside no estado do Rio Grande do Sul e que atua em sua área de formação, na empresa RaiaDrogasil SA.
Os demais convidados eram Ibrahim Alhaddad, sírio, engenheiro de computação e empreendedor em Doctor Notebook, Yomaira Tovar, venezuelana e médica veterinária, Nasser Alghabra, sírio e advogado em Marchi & Boulos Advogados, juntamente com seu empregador, Henrique Boulos.
Histórias de vida e dificuldades mesclaram com histórias de superação, novos encontros e recomeços. Cada participante do evento pode sair inspirado por conhecer de perto alguns desafios de uma pessoa que foi obrigada a deixar seu país, mas que na verdade “são um trunfo positivo para os países que os aceitam, pois geralmente trazem consigo experiência, profissionalismo, ideias e uma cultura diferente que pode contribuir com o país” – como mencionado em nossa matéria: Refugiados e os benefícios da economia.
O momento de perguntas e respostas foi importante, pois representantes de empresas, da sociedade civil e do governo puderam tirar dúvidas e complementar o bate-papo com informações importantes para juntos construirmos um país mais solidário e economicamente saudável.
📰 Leia aqui a matéria quando o Ibrahim teve seu diploma revalidado, por meio do projeto da Compassiva e ACNUR
📰 Leia aqui a matéria sobre a Yomaira e o projeto da Compassiva e OIM
📰 Leia aqui a matéria do ACNUR e o projeto de revalidação de diplomas
🎧 Escute aqui a história da Yomaira
🎧 Escute aqui o podcast sobre o projeto de revalidação de diplomas da Compassiva
Referências:
¹ Global Trends UNHRC
² ACNUR Brasil