Muitos acreditam que os refugiados são um incômodo para o sistema econômico de seu país. Os refugiados podem ser percebidos negativamente devido ao medo que as pessoas têm de perder seu emprego, o receio quanto a sua segurança, e de sua família, ou seja a economia como um todo. No entanto, esta é uma perspectiva equivocada.
O verdadeiro impacto
Os refugiados são um trunfo positivo para os países que os aceitam, pois geralmente trazem consigo experiência, profissionalismo, ideias e uma cultura diferente que pode contribuir com o país. Em vez de tomar nossos empregos, os refugiados se tornam clientes/consumidores ao chegar em seu novo país. Isso ocorre porque eles precisarão começar uma nova vida e, assim, recomeçar comprando o que perderam em seu país de origem em lojas locais e nacionais. Philippe Legrain explica que os papéis desempenhados por um refugiado na sociedade podem variar de investidores, trabalhadores, inovadores, empresários, contribuintes e consumidores.
Uma pergunta que você pode estar se fazendo é: quando chegar a hora de um refugiado procurar emprego, meu emprego estará em risco? A resposta para isso é: não necessariamente. Dany Bahar afirma que os economistas de migração concordam que isso não é o que acontece, devido a uma diferença na força de trabalho de refugiados e moradores locais. Devido às barreiras linguísticas e outras dificuldades relacionadas a serem forçados a sair de seu país, os refugiados tendem a procurar empregos onde a língua nativa não é necessária. Outro argumento é que em muitos casos, os refugiados têm carreiras em que o país está em falta, portanto, não conflitantes com os locais.
Os refugiados também estão relacionados a atividades de empreendedorismo, Dany Bahar afirma que nos EUA, enquanto os imigrantes representam 15% da população, eles representam 25% dos empreendedores. Ele afirma que isso provavelmente se deve às suas experiências de vida arriscadas devido à situação de refugiados, onde foram forçados a deixar suas casas cheias de incertezas, isso tem levado à criação de 1,5 milhão de empregos todos os anos apenas nos EUA.
Os refugiados também podem ajudar a mudar o mundo ou uma nação. O Fórum Econômico Mundial reconhece cinco refugiados que mudaram o mundo. Esses nomes consideram cientistas como Albert Einstein, que ganhou o Prêmio Nobel e Sergey Brin, cofundador do Google.
Em São Paulo, temos um grande exemplo de sua capacidade empreendedora. Como dito em um de nossos artigos anteriores (25 de Março, Dia Nacional da Comunidade Árabe), os refugiados tiveram um grande impacto em São Paulo, e foram responsáveis por mudar a forma como se faziam negócios. Por isso, São Paulo ganhou quando abriu suas portas para refugiados há alguns anos, pois isso ajudou no desenvolvimento da cidade em que agora são cidadãos. Este é um exemplo fundamental da importância dos refugiados para a cidade de São Paulo.
Conforme afirmado no G1, Cindy Huang considera que cabe ao governo se refugiados e imigrantes serão um peso ou uma oportunidade. Huang afirma ainda que mais oportunidades de trabalho serão geradas em torno dessas comunidades de refugiados, reafirmando o exposto, que não há muito conflito entre os moradores e os refugiados.
Como podemos fazer a nossa parte para ajudar os refugiados?
Portanto, quanto mais rápido os refugiados se estabelecerem em um país, mais rápido eles se tornarão parte da sociedade e contribuirão para um todo, e podemos fazer nossa parte acolhendo os refugiados e não tendo preconceito sobre os encargos que podem trazer para nossa sociedade.
Apesar dos benefícios para a economia e o fato que eles não vão simplesmente ‘tirar nossos empregos’, como seres humanos, devemos dar a mão ao nosso próximo, ajudando-o nesse momento difícil pelo qual foi impactado.
Na Compassiva, nós contribuímos para que refugiados se integrem no Brasil, fazemos isso por meio da revalidação de diploma de graduação, aulas de português e muito mais! Você pode nos ajudar a fornecer esses serviços por meio de uma doação ou doações mensais. Saiba mais: doe.compassiva.org.br.
Referências:
https://www.oecd.org/migration/refugees-are-not-a-burden-but-an-opportunity.htm
https://compassiva.org.br/25-de-marco-dia-nacional-da-comunidade-arabe/
https://www.weforum.org/agenda/2015/11/5-refugees-who-changed-the-world/
