Os professores que fazem o LAR

“Os professores voluntários da Compassiva são, muitas vezes, o primeiro contato que os refugiados têm com nosso trabalho. Ou seja, são o primeiro passo para os vínculos que são formados e, portanto, essenciais”, afirma Débora Blair, coordenadora do programa LAR (Levando Ajuda ao Refugiado), que oferece aulas de português para refugiados em São Paulo. 

Atualmente, há 39 professores e professoras voluntários à frente das turmas. Muito mais que português, para Débora, que começou na Compassiva atuando também como professora, não é apenas português que ensinam aos assistidos. 

“Ele também os acolhem em seu processo de transição para uma nova sociedade e cultura”, conta Débora. “Amenizam as dificuldades do caminho, tornando-se a nova família dos refugiados. Laços de confiança e amizade são criados”. 

Há 3 anos a professora aposentada Neuza Bento dá aulas no LAR. Após 27 anos atuando no ensino público, ela foi apresentada à Compassiva por meio da sua filha, que também foi voluntária. Ela encontrou a oportunidade de continuar ensinando.

“Um professor nunca deixa de ser professor. Muitos diziam que não é sacerdócio, mas eu creio que sim”, afirma. Para ela, a causa dos refugiados é fundamental. “É muito importante ajudá-las na questão da linguagem, que é o fortalecimento delas enquanto pessoas nesse mundo, longe do país que elas nasceram”. 

A professora voluntária Vânia Leão conheceu a Compassiva em 2015. Ela teve um rápido bate-papo com o André Leitão, diretor da Compassiva, e sua professora de Antropologia. Ela conheceu uma refugiada síria e queria dar aos seus alunos do Ensino Médio a proximidade com a Guerra da Síria.

“A guerra ganhou um rosto lindo, de uma jovem sofrida, que só falava árabe e inglês. E eu não falava nenhum dos dois idiomas”, recorda. Vânia decidiu estudar a língua inglesa. Após ter a experiência de estrangeira ao viver por um ano na África do Sul, voltou ao Brasil com o desejo de se envolver com as atividades da Compassiva:

“Eu aprendo para ensiná-los. Eu não preciso ter todas as respostas complexas que nossa gramática traz. Eu sei que aprender depois de adulto dá muita vergonha (nós não queremos errar na frente dos outros). Então, fico imaginando, como seria bom alguém ‘dar a mão’ pra gente e nos acolher, em um lugar diferente, por que, coisas simples e óbvias para nós, se tornam um grande desafio pra quem não é daqui. Eu amo ensinar! Até por whatsapp é maravilhoso ver a superação deles!”

Queremos agradecer nossos voluntários que dão aula de português no LAR (Levando Ajuda ao Refugiado). Diante dos desafios que a pandemia nos trouxe, cada professora e professor se esforçou para adaptar as aulas no formato de vídeo, para que os nossos alunos e alunas não ficassem sem os estudos. 

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